Reviravolta no Flamengo

Postado por Suh terça-feira, 18 de agosto de 2009 0 comentários

A transferência do atacante Emerson para o Al-Ahli, dos Emirados Árabes, ganhou uma reviravolta na tarde desta terça-feira. O Flamengo anunciou oficialmente a recusa da proposta do clube, mesmo contra a vontade do atleta e depois de ter dado a palavra ao jogador. Ao saber da decisão, Emerson se mostrou surpreso e desapontado.

Segundo o vice-presidente de futebol, Marcos Braz, o valor oferecido pelo clube árabe não foi suficiente para o interesse do Flamengo.

- Espero que ele entenda nossa decisão de mantê-lo. O Emerson é um jogador experiente e diferenciado. O departamento de futebol entendeu que o valor oferecido de 2 milhões de euros (cerca de R$ 5,2 milhões) não satisfaz os interesses do clube - disse Braz.

Na tarde desta terça, ainda sem saber da decisão do clube, o atacante treinou normalmente, pensando fazer nesta quinta-feira, contra o Cruzeiro, no Maracanã, o jogo que seria da despedida.

Contratado em março deste ano depois de 11 temporadas entre Japão, Qatar e França, Emerson conquistou a torcida rubro-negra logo na apresentação ao chorar com a oportunidade de atuar no clube do coração. O passo seguinte foi reforçar o carinho dentro de campo. Autor de dez gols em 24 jogos, ele ganhou elogios por sua disposição, técnica e oportunismo em momentos importantes no Brasileiro.

Após a primeira investida do Al-Ahli, há dez dias, a torcida o fez chorar no Maracanã ao gritar “Fica, Emerson”. A resposta foi adiada, e ele chegou a decidir que permaneceria. Mas os persistentes árabes aumentaram a oferta e o convenceram a sair. Ele pensou no futuro dos três filhos: Kevin, Henry e Emerson Filho.

Com a mudança de planos do Flamengo, o jogador vai embolsar no clube carioca o equivalente a 17% dos R$ 17 milhões (US$ 9 milhões) por dois anos de contrato nos Emirados Árabes, o equivalente a US$ 1,53 milhão (R$ 2,8 milhões).

A contratação de Matías Defederico pelo Corinthians virou polêmica na Argentina. O presidente do Huracán, Carlos Babington, afirmou que o clube não vai liberar o meia, mas o jogador disse nesta terça que chegará na quarta-feira ao Brasil e que até já se despediu dos companheiros. Ele deve ser apresentado pelo Timão um dia depois.

Segundo Babington, o Huracán deseja negociar o argentino somente no final do ano, quando Defederico “poderá valer o dobro”. Mas, empolgado por jogar a Libertadores com Ronaldo, o meia nem pensa na possibilidade de continuar no Huracán.

- Não sou um traidor, nem faltei com minha palavra. As coisas não estão boas para que eu fique mais seis meses. Qualquer jogador faria o mesmo. Tenho a oportunidade de crescer como jogador e ajudar minha família economicamente. Vou jogar a Libertadores, ao lado de Ronaldo... Amanhã (quarta) de manhã vou para o Brasil – afirmou o meia, de 20 anos, à rádio La Red.

Defederico reclamou que o Huracán não montou uma equipe capaz de brigar pelo título na Argentina, como os dirigentes haviam lhe prometido.

- Falta uma semana para começar o campeonato e não temos um time formado. É verdade que falei que ficaria aqui, com a ideia de brigar pelo título. Mas o Huracán não tem chances neste semestre – disse.

O meia criticou ainda o técnico Angel Cappa. Segundo Defederico, o treinador não precisa ser informado de que está trocando o clube pelo Corinthians.

- Não ligarei para ele esta noite porque ele não sabe nada. Já disse aos meus companheiros que este foi meu último treino – concluiu o argentino, que trabalhou com o Huracán nesta terça

Em uma entrevista coletiva concorrida como há muito tempo não se via no CT da Barra Funda, o goleiro e capitão do São Paulo Rogério Ceni falou sobre sua volta aos gramados. Durante os 45 minutos em que conversou com os jornalistas, o camisa 1 falou sobre a ansiedade, os momentos difíceis que passou, a reação da equipe na temporada, o técnico Ricardo Gomes e o futuro. Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

Aos 36 anos, foi um momento muito difícil porque nunca havia ficado tanto tempo parado. Tive uma fratura, e os ligamentos foram arrancados. Hoje estou muito feliz porque treinei, fiz todos os movimentos que acontecem dentro de uma partida de futebol e não senti absolutamente nada. Estou supertranquilo e confiante.

Quando me machuquei, o meu site oficial recebeu 4.500 mensagens de torcedores. Sem dúvida, foi o que mais motivou a trabalhar forte todos os dias, muitas vezes chegando a nove, dez horas por dia. No dia a dia, todos os jogadores foram fantásticos comigo. Muitos deles fizeram questão de passar todos os dias na fisioterapia para perguntar se havia uma mínima melhora. As minhas filhas, Clara e Beatriz, são grande parte da força que tive na recuperação. Elas, com quatro anos de idade, começam a entender um pouco das coisas e perceberam tudo o que eu passei. Gostaria que elas pudessem ver a história de tudo que eu construí pessoalmente e não em vídeo. Espero que elas possam ver o pai campeão novamente.

Comecei a trabalhar no campo há seis semanas. Na primeira e na segunda, foram apenas dois dias e o resto na fisioterapia. Há duas semanas e meia, comecei a trabalhar mais forte. Nos últimos 17 dias, trabalhei todos os dias em dois períodos. Antes da partida contra o Goiás, fiz um coletivo e não me senti bem. Faltou firmeza nos movimentos. Na semana seguinte, fiz um novo jogo-treino e havia melhorado 50%. No sábado anterior ao jogo contra o Sport, percebi que já era possível arriscar a volta. Mas, conversando com o Ricardo Gomes, preferimos esperar porque me sentia muito cansado. Além do mais, a viagem longa até Recife poderia inchar o tornozelo. Agora, estou me sentindo muito bem. Fiz questão de treinar nesta terça-feira no campo molhado, que é como devemos atuar na quarta, contra o Fluminense. Agora é entrar e jogar.

Foi muito ruim, porque você quer fazer as coisas, quer ajudar, mas não consegue porque não tem condições. Eu tenho a consciência tranquila de que fiz o que podia fazer. Nos jogos do Morumbi, fiz questão de estar sempre presente. Quando a partida era fora, não dava porque atrapalharia a recuperação. Mas no jogo da Libertadores, especificamente, o Cruzeiro foi superior, principalmente no jogo do Morumbi.

É muito bom poder voltar em um time que vem de seis vitórias consecutivas. Seria ruim voltar se o time não estivesse numa condição a que está acostumado. Estamos com uma perspectiva boa. O time soube reagir e isso me deixa muito feliz. Não vivemos um bom momento no primeiro semestre. Acabamos eliminados no Campeonato Paulista e na Taça Libertadores. No início do Campeonato Brasileiro, nas primeiras dez rodadas, vencemos apenas dois jogos e houve a mudança do treinador. O Ricardo com uma nova filosofia, conseguiu motivar o elenco, que voltou a vencer as partidas.

Cada treinador tem o seu estilo de trabalho e a gente não pode creditar o sucesso ao Ricardo e traçar um comparativo ao Muricy para desmerecê-lo. Ele é um cara competente, trabalhador, que sempre lutou muito pelo grupo. O time não rendeu, e a diretoria resolveu trocar. Ponto final. Não tenho nada a reclamar do Muricy, só tenho a elogiar. O Ricardo chegou e mudou. Ele é um perfil diferente, e isso motivou os atletas.

Muita gente diz que sou o líder, mas não me sinto assim. É uma situação normal pelo longo tempo que tenho de clube. Mas existem outros jogadores que também cumprem a função de falar, orientar com muita correção. O André Dias foi muito bem como capitão. Outros que não usaram a tarja, como o Richarlyson, o Hernanes e o Washington, ajudaram bastante. Ninguém é insubstituível. Não sou líder e nem um craque. Sou parte de um grupo que luta para ser campeão brasileiro. Você pode contratar o melhor jogador do mundo. Se o grupo não estiver unido e não trabalhar como equipe, você não vai ganhar nada.

Ansioso não, porque a partida só começa às 21h50m de amanhã. Mas tem um frio na barriga, até por tudo que passei para poder voltar a ficar em condições. O dia em que eu não sentir mais isso, é porque tenho de parar de jogar futebol.

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