Timão desconversa sobre Riquelme

Postado por Suh sábado, 1 de agosto de 2009 0 comentários

O Corinthians continua tratando com cautela o interesse na contratação do meia argentino Riquelme, do Boca Juniors. Para não criar alarde e empolgar demasiadamente a torcida, a diretoria coloca a possibilidade como um sonho e prefere jogar para sua parceira na negociação a responsabilidade de trazer o hermano para vestir a camisa 10 do Timão.

- O Corinthians não está negociando com o Riquelme. Nós ficamos sabendo que uma empresa tem interesse de contratá-lo e colocá-lo aqui. Nessas condições, ele seria muito bem-vindo. Ele é um craque – afirmou o diretor de futebol Mário Gobbi Filho, neste sábado, enquanto a equipe treinava no CT do Parque Ecológico do Tietê, Zona Leste de São Paulo.

A diretoria corintiana procurou o DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, para tentar contratar Riquelme. Na próxima semana, representantes da empresa viajarão à Argentina para abrir as negociações com o Boca e mostrar a Riquelme o projeto do clube para a disputa da Libertadores de 2010, ano do centenário. Ronaldo, claro, será o argumento principal.

- Eu estou dizendo há um ano e meio que o futebol urge por parcerias – admitiu Gobbi.

A estratégia de não falar muito no assunto também foi adotada pelo Corinthians no final do ano passado, quando o presidente Andrés Sanches iniciou as conversas para ter o Fenômeno. A direção entende que a divulgação do interesse em um jogador renomado poderia frustrar a torcida caso o negócio não seja concretizado e, principalmente, se outro atleta de menor importância for contratado.

Riquelme é o principal alvo do Corinthians para vestir a camisa 10, devolvida no início da semana por Douglas, negociado com o Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos. O jogador é tricampeão da Libertadores, competição perseguida insistentemente pelo Timão e objeto de desejo para o ano do centenário.

O Atlético-PR já tem novo técnico. Após o pedido de demissão de Waldemar Lemos, que não resistiu a mais uma derrota do Furacão (3 a 0 para o Goiás, na última quarta-feira), a diretoria do Furacão anunciou neste sábado a contratação de Antônio Lopes, que em 2005 levou o Rubro-Negro paranaense ao vice-campeonato da Taça Libertadores.

Lopes assume a equipe apenas na próxima segunda-feira, e o preparador físico Riva Carli está confirmado como comandante interino para a partida contra o Fluminense, neste domingo, às 16h, no estádio do Café, em Londrina. O novo técnico, no entanto, viajará para assistir ao jogo diante do Tricolor carioca.

O Atlético-PR atualmente está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, em 18º lugar com 12 pontos, um a mais exatamente que o adversário nesta rodada, a 16ª da competição.

Em dois dias, dificuldades para chegar a um nome

Sem clube há quase um ano, Antônio Lopes não estava na lista de nomes que a diretoria queria. O Furacão procurava alguém com o perfil de Leão, que saiu recentemente do Sport e disse não à proposta rubro-negra. Cuca (ex-Flamengo) e Sérgio Guedes (ex-Santo André) chegaram a ser cogitados, e Vagner Mancini (ex-Santos) teria sido procurado, segundo revelação de seu empresário na última sexta-feira.

O técnico da Alemanha já havia dito que preferia encontrar o comandante do Brasil, seu grande amigo, José Roberto Guimarães, em qualquer outro lugar que não fosse dentro de quadra. Giovanni Guidetti sabia da pedreira que seu time iria encontrar ao enfrentar o Brasil neste sábado, no Maracanãzinho, pela segunda rodada da primeira fase do Grand Prix. Porém, não poderia imaginar que tomaria uma lavada tão grande. Pois mesmo sendo conhecedor da seleção brasileira, foi surpreendido pela equipe verde-amarela, que cresceu a muralha e deu um show ao aplicar 3 sets a 0, com parciais de 25/12, 25/19 e 25/16.

Neste domingo, às 10h (de Brasília), a equipe do técnico José Roberto Guimarães volta à quadra para enfrentar a seleção dos Estados Unidos, agora comandada por Hugh McCutcheon, que levou o time masculino do seu país - na final contra o Brasil -, ao ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim.

A partida começou atípica, pois era esperada uma rivalidade muito grande entre as seleções. Porém, o Brasil liderou a parcial inteira. Logo no início, marcou quatro pontos de bloqueio, sendo dois da central Fabiana. Os ataques também funcionaram com Sassá e Sheilla, e a seleção abriu grande vantagem: 22/09. O melhor momento do primeiro set foi o décimo ponto da Alemanha, conquistado em um erro do Brasil depois de um belo rali: Fürst atacou, mas Sassá defendeu a bola quase perdida. Sheilla levantou para Thaísa passar para o outro lado. No contra-ataque alemão, Sassá novamente apareceu bem no fundo, mas a bola resvalou para o banco do Brasil. A líbero Fabi correu e conseguiu pegar para Dani Lins apenas devolver. A seleção teve mais uma chance de marcar o ponto. Em mais uma bela defesa de Fabi, Fabiana levantou. Mari, porém, não aproveitou e cortou para fora. Com vantagem no marcador, o Brasil administrou e fechou em 25/12.

Assim como no set inicial, o bloqueio foi o destaque do segundo. As centrais estavam inspiradas, e, quando Fabiana não aparecia, Thaísa crescia. Christiane Fürst, meio-de-rede e uma das principais jogadoras da Alemanha, nada podia fazer diante da muralha brasileira. Giovanni Guidetti usou seu conhecimento do jogo do Brasil para esboçar uma reação. Alterou as jogadoras, mudando a estratégia. Mas de nada adiantou, pois a tática da seleção verde-amarela de parar as bolas na rede estava funcionando. Só Thaísa já tinha marcado seis pontos até o segundo tempo obrigatório. Controlando a margem que tinha no placar, as brasileiras cravaram 25/19.

O terceiro set foi uma repetição do anterior. Ainda com o paredão armado, o Brasil abriu vantagem de seis pontos. Tentando fugir da muralha, as alemães começaram a isolar as bolas, facilitando ainda mais o jogo da seleção brasileira. Com tranquilidade, as meninas anularam as rivais e continuaram seguindo a estratégia. Aos gritos da torcida que compareceu ao ginásio do Maracanãzinho, a seleção brasileira finalizou em 25/16.

Foram duas batidas no peito, que àquela altura já estava todo avermelhado. O sinal da cruz se repetiu quatro vezes, e o dedo indicador não parava de apontar para o céu. César Cielo tinha acabado de plantar uma certeza no Foro Itálico: quando os grandes estão dentro d'água, ninguém é mais rápido que ele. Após conquistar o ouro nos 100m livre, o brasileiro voltou a bater primeiro neste sábado, desta vez nos 50m, repetindo o feito dos Jogos de Pequim.

Com o tempo de 21s08, o recorde mundial não veio – "apenas" o do campeonato. O francês Frédérick Bousquet continua sendo o dono da melhor marca (20s94), mas ainda não foi desta vez que ele conseguiu bater na frente do brasileiro. Em Roma, Bousquet ficou com a prata (21s21), e o também francês Amaury Leveaux conquistou o bronze (21s25). Cielo não apenas repetiu a vitória de Pequim como baixou seu tempo em relação aos Jogos (21s30).

- Eu não esperava isso depois das Olimpíadas. Nos 50m, é pura cabeça. Eu estava com a cabeça boa hoje, e agora quero comemorar muito. Quero festejar com todo mundo que me ajudou. A sensação de ter a torcida junto é muito boa. Estou na Itália, mas a sensação é de estar em casa. É espetacular. Isso é a realização do sonho – afirmou ao deixar a piscina

Cielo passa a ser o primeiro nadador do país a conquistar duas medalhas de ouro em um Campeonato Mundial. Além disso, crava seu nome na galeria dos grandes ao dividir com o russo Alexander Popov o feito de ganhar os ouros olímpico e mundial nos 50m. Até o rival Bousquet, dono da melhor marca do planeta, reconhece quem é o mais rápido das piscinas hoje:

- Não acho que exista hoje um atleta melhor que Cielo na piscina. O que o faz ganhar é a determinação. É o tipo de atleta que acredita nele mesmo - elogiou o nadador francês.

E a cada pódio de Cielo, renova-se a batalha entre o nadador e as lágrimas. Desta vez, ele se esforçou para manter o sorriso aberto o tempo todo, sabendo que as arquibancadas torciam pelo choro. A emoção se impôs já no fim do Hino Nacional. Com a câmera da TV italiana fechada no rosto do campeão, ele cerrou os olhos e uma lágrima tímida se soltou. Só para manter o protocolo.

As risadas logo voltaram. Cielo saiu do pódio e subiu os degraus ao lado da piscina para procurar a família. Ganhou o beijo da mãe, Flávia, e desceu para as fotos oficiais ao lado de Bousquet e Leveaux.

Se a choradeira não foi tão gritante como na cerimônia de premiação dos 100m, na quinta-feira, pode ser um sinal de que as conquistas de Cielo avançam mais rápido que a sua capacidade de produzir lágrimas.

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