O dia foi de festa no Palmeiras, não só pela liderança isolada do Campeonato Brasileiro, mantida no último final de semana. Marcos, líder do grupo e um dos maiores ídolos da torcida em todos os tempos, completou 36 anos nesta terça-feira, e foi alvo do tradicional banho feito com uma mistura de ovos com farinha. Mas, depois de 17 anos de Verdão e inúmeros títulos na carreira, o goleiro que virou santo no Palestra Itália nem fala em aposentadoria e até sonha em voltar à seleção brasileira. De quebra, o capitão alviverde quer um presente nada modesto: o título brasileiro.

- Recebi parabéns dos familiares e amigos. Mas sei que para ganhar um presente tão importante quanto um título brasileiro não vai só depender de um dia do ano. A pontuação é importante, estamos jogando bem, mas, para permanecermos em primeiro, teremos de fazer muitos sacrifícios – afirmou o goleiro, que além da ovada dos companheiros de clube, ganhou uma peruca de presente.

Marcos aproveitou o dia especial para refletir sobre a carreira. Há dois anos, o pentacampeão ficou muito próximo da aposentadoria por conta das seguidas lesões que o afastaram de mais quase 100 partidas do Palmeiras. Desta vez, porém, a fase virou.

- Quando acordei, sentei na cama e falei: “Tenho que treinar hoje. E vai ser pesado (risos)”. Mas agradeci a Deus pelo aniversário e principalmente por estar jogando. Há dois anos, tinha pensado em desistir, mas as coisas mudaram na minha vida. Acordei feliz e sabendo que estou cheio de saúde para fazer o que gosto – acrescentou.

O momento é tão bom que Marcos nem cogita se aposentar. O contrato dele com o Verdão como jogador vai até o final de 2011. O vínculo, contudo, se estende por outras três temporadas, mas ocupando um cargo, a critério dele, na comissão técnica.

- Depende da preparação física, do corpo e em não me machucar. Se eu tiver disposição com 40 anos, vou continuar. Gosto do que faço, faz parte da rotina da minha vida e não imagino como seria se eu parasse. Nem penso em aposentadoria hoje em dia. Faço trabalho específicos para não estourar. Só Deus mesmo para explicar um cara que machucava tanto e agora não tem problema nenhum – disse.

Com o prazer de jogar, Marcos recuperou também o desejo de retornar à seleção brasileira, com quem conquistou a Copa do Mundo de 2002. Curiosamente, há algum tempo, ele já havia descartado retornar às convocações por considerar que seu ciclo já havia sido encerrado.

- O pessoal perguntava e eu achava errado falar não, desprezando a camisa da seleção. O Brasil tem grandes goleiros para vestir a camisa da seleção, o Júlio César é um dos melhores do mundo. Deixo o Dunga à vontade. Mas não vou falar não jamais – completou.